Meu cachorro tem medo: por quê e o que fazer?
Os cães podem ter medo por diversas razões, em qualquer idade. As reações ao medo - ou fobias - variam de um cão para o outro. Não existe uma regra geral baseada nas ansiedades que eles possam sentir e como vão expressá-las! Embora uma boa socialização do filhote seja chave para evitar medos quando crescerem, sejam eles justificados ou irracionais, existem soluções para cada caso, caso o cão apresente tal problema.
A Importância da Socialização na Infância
Uma boa socialização do filhote é crucial para que, à medida que cresce, não tenha medo de tudo e às vezes... de qualquer coisa!
Por isso, é importante que o filhote não seja separado da mãe muito cedo. E que seu ambiente nos primeiros meses de vida o exponha a diferentes atmosferas e sons: encontrar outros animais e pessoas, incluindo aqueles em uniformes como carteiros, por exemplo, e crianças, garantindo que estas respeitem o animal (e nunca deixando-os sozinhos sem supervisão), ouvir o som da TV, rádio, aspirador de pó. Levá-lo a mercados, feiras, shoppings… colocá-lo em um carro com motor ligado… Claro, sem forçar a barra e de maneira "razoável". Sem tentar ensinar tudo ao mesmo tempo!
Um animal hipersensível (não suficientemente maternado, ansioso, sofrendo de hipotireoidismo, veja "E se o medo do cão fosse devido a uma doença?"), que está sempre preocupado, hiper vigilante, pode sentir medo mais rapidamente na presença de um estímulo bastante inofensivo.
Um filhote que não foi bem socializado nos primeiros meses de vida - falamos então de "síndrome de privação sensorial" - pode desenvolver medos de tudo que for descobrir depois. Isso acontece, por exemplo, com cães criados no campo ou em um canil, adotados após três meses, e que chegam à cidade.
Um cão maltratado no passado também pode apresentar transtornos. Socialização e boa educação permitem que o cão esteja bem em sua mente, evitando certos medos. Nenhum é irreversível e tudo é gerenciável com bom senso!
Sinais de Medo em Cães
Cada cão reage de maneira diferente ao medo. E não existe uma reação "típica" a tal ou qual evento que o desestabiliza. Isso pode ser um fato novo que o desestabiliza ou devido a uma má experiência passada, a uma má educação (o cão é hiper-apegado e tem medo de ser "abandonado"). Podemos notar, no caso de medo no cão, várias atitudes:
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O medo geralmente se manifesta por meio de ofegância, salivação excessiva, tremores, às vezes 'pipis de medo' (falamos então de micções emocionais).
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Outras reações podem ocorrer, dependendo da sensibilidade do cão: alguns animais tentam se esconder a ponto de destruir tudo ou se machucar; outros entram em pânico e fogem por quilômetros; e pode ser difícil trazê-los de volta à razão e chamá-los, sem sucesso! Portanto, é melhor antecipar.
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Também podemos observar gemidos, latidos, reações agressivas (mesmo em relação aos donos, embora o cão em questão seja muito "gentil"), uma atitude de vigilância aumentada, uma cauda baixa, orelhas voltadas para trás, ou ainda bocejos repetidos, pelos eriçados, pupilas dilatadas, lambida dos lábios...
E se o Medo do Cão Fosse Devido a uma Doença?
O medo do cão pode ser devido a uma doença, que pode causar dor, etc. Quando levado ao veterinário, este primeiro se certificará de que o medo não é devido a um problema de saúde. Isso permitirá que ele faça seu diagnóstico e, portanto, institua o tratamento adequado.
Uma hipertireoidismo, doença hormonal comum em cães, pode causar reações de ansiedade e medo no animal. Então, medos inexplicáveis podem surgir, assim como fobias, sem que o dono realmente entenda de onde vêm.
Isso pode levar um cão a se tornar "paranoico", agressivo, mesmo em relação aos seus donos. Nesse caso, para estabelecer o diagnóstico, geralmente é realizado um exame de sangue pelo veterinário para medir diferentes parâmetros. Um tratamento apropriado pode curar o cão dessa doença e permitir que os distúrbios sejam atenuados e depois desapareçam. As mudanças comportamentais geralmente são visíveis após cerca de quinze dias. Este tipo de tratamento é coberto pelo seguro de saúde animal do cão.
Vale ressaltar que os transtornos obsessivo-compulsivos (TOC), conhecidos nos humanos, também afetam os cães. As causas também são numerosas. Elas podem, mais uma vez, estar relacionadas a um distúrbio nervoso ou comportamental: estresse, tédio, condições de vida inadequadas. Existem tratamentos que devem ser instituídos pelo veterinário após fazer seu diagnóstico.
Medo do Veterinário: Não é o "Amigo" Deles!
O filhote ou cão mais velho deve ser levado ao veterinário regularmente. Mesmo que seja apenas para suas vacinas de reforço, em caso de doença, acidente, etc. Muitos cães não gostam deste tipo de consulta! Mal chegam à frente da clínica e antes de entrar na sala de espera, já estão puxando na coleira!
Não há realmente uma solução. A única coisa a fazer é levar o cão na caixa de transporte no carro (ou menor, segurada à mão para cães pequenos). Também se pode recorrer a produtos calmantes (como feromônios naturais) para diminuir o estresse desta visita. Um bom passeio antes de ir ao médico também pode ajudar a distraí-lo.
Medo de Trovões, Fogos de Artifício e Tiros
Um trovão estrondoso, fogos de artifício explodindo e é pânico! O cão se refugia embaixo da cama ou de um móvel; ou treme todo... Não adianta tentar protegê-lo e tranquilizá-lo a todo custo. Isso muitas vezes só aumenta seu medo. Além do barulho que o assusta, o cão também pode sentir a "panição" de seu dono. O que só aumenta seu desconforto!
Um estudo na Nova Zelândia estimou que 46% dos animais apresentam reações de medo frente a fogos de artifício e fogos de artifício intensos o suficiente para que seus proprietários percebam.
Se alguns cães, como os de caça ou aqueles submetidos a provas de trabalho ou testes de caráter, estão acostumados a sons de tiros, nem todos os cães permanecem igualmente impassíveis diante de muitos ruídos externos!
Como prevenção, pode-se usar um CD com sons para fazer o cão ouvir vários sons (aqueles dos quais tem medo) aumentando gradualmente, dia após dia, o volume. Durante a reprodução, distrair a atenção do cão: jogo, brinquedo, petisco, etc. Não é uma receita "milagrosa", mas alguns donos obtiveram bons resultados procedendo dessa maneira.
Medo Devido ao Transporte, a uma Mudança de Vida Ocasional ou Definitiva
Em caso de transporte, especialmente para férias, portanto, uma mudança de local, mas também após uma mudança na qual o cão terá que se familiarizar com um novo lugar, pode fazer o animal se mostrar ansioso e, portanto, ter medo.
Para cães mais sensíveis, existem tratamentos "calmantes" - medicamentosos ou não - que podem ser administrados uma semana antes e depois prolongados por um tempo subsequente.
Produtos de fitoterapia, homeopatia, suplementos alimentares... também podem ajudar o cão a superar seus medos e apresentar efeitos interessantes para o animal medroso e ansioso.
A consulta com um veterinário comportamentalista pode ajudar o dono a antecipar qualquer mudança ou resolver problemas subsequentes.