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Pode-se tornar alérgico a gatos de um dia para o outro?

Pode-se tornar alérgico a gatos de um dia para o outro?
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Por Mariana, especialista no tema Gato

As alergias podem surgir em qualquer momento, até mesmo após anos de convivência com um gato. Hoje está comprovado que uma pessoa pode se tornar alérgica de um dia para o outro, especialmente devido à intolerância do organismo a certos alérgenos presentes na saliva, na pele ou nos pelos do gato. Entender os sintomas e conhecer as soluções para viver com essa alergia é essencial para manter uma boa qualidade de vida.

Entendendo as Alergias

O Que é Uma Alergia?

Uma alergia é uma reação exagerada do sistema imunológico a uma substância normalmente inofensiva, chamada alérgeno. Na presença desse alérgeno, o organismo produz anticorpos específicos, provocando uma série de reações inflamatórias responsáveis pelos sintomas alérgicos.

Assim, uma alergia a gatos não é uma reação aos pelos do animal, como muitos pensam, mas a uma proteína específica (Fel d1) presente na pele, na saliva e na urina do gato. E os gatos também podem ser portadores de substâncias alergênicas.

Os alérgenos de gatos são muito voláteis e podem se dispersar facilmente no ar, o que pode explicar a frequência das alergias em pessoas que convivem com esses animais.

Vale ressaltar que cada indivíduo reage de forma diferente aos alérgenos e a intensidade dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa.

Alérgenos Mais Comuns

Os alérgenos mais comuns que provocam alergias em gatos incluem substâncias aeroalergênicas como pólen, poeira, mofo, compostos orgânicos voláteis e fumaça. Gatos também podem reagir a certas proteínas presentes na saliva, urina e pele de outros animais.

Entre esses alérgenos, há também os relacionados ao ambiente, como a saliva de pulga ou ainda à comida. Certas substâncias alimentares podem desencadear uma reação alérgica em seu animal de estimação.

Isso inclui o leite de vaca, certas proteínas animais e cereais. Outros alérgenos podem vir do ambiente do gato, como produtos de limpeza ou materiais plásticos.

Sintomas de Uma Alergia

Os sintomas de uma alergia a gatos podem variar conforme a sensibilidade individual à proteína Fel d1. Diversos sinais podem indicar uma reação alérgica:

  • Sintomas respiratórios: espirros frequentes, nariz escorrendo ou congestionado, tosse e, às vezes, crises de asma.
  • Sintomas oculares: olhos vermelhos, irritados, lacrimejantes, coceira.
  • Sintomas cutâneos: urticária, erupções cutâneas, vermelhidão e coceira, especialmente no rosto e no peito.
  • Outros sintomas: fadiga, insônia, tensão nos seios da face, dor de garganta.

Os sintomas podem se manifestar imediatamente após o contato com o gato ou aparecer gradativamente.

Alergias aos Animais: Uma Realidade

Alergias aos Pelos de Animais

As alergias aos pelos de animais, especialmente a gatos, são bastante comuns. Embora os pelos não sejam os principais responsáveis, eles podem carregar alérgenos como a proteína Fel d1, presente na pele, na saliva e na urina do gato, que podem desencadear reações alérgicas.

É importante saber que essas alergias podem se desenvolver subitamente, mesmo após anos de contato regular com animais. Isso se deve à diminuição da tolerância do nosso organismo aos alérgenos ao longo do tempo.

Os sintomas da alergia aos pelos de animais podem variar de pessoa para pessoa. Eles podem incluir sinais típicos de alergias respiratórias, como espirros, congestão nasal, ou coceira nos olhos e na pele.

Vale ressaltar que a alergia é uma das 5 razões mais frequentemente citadas para "justificar" o abandono de um animal de estimação.

Alergias aos Cães / Alergias aos Gatos

As alergias a cães e a gatos são causadas por proteínas específicas presentes no pelo, na saliva, na urina e nas escamas desses animais de estimação. No entanto, elas diferem em alguns aspectos.

  • Proteínas alergênicas: No caso das alergias a gatos, a reação alérgica é geralmente desencadeada por uma proteína chamada Fel d 1. Para as alergias a cães, várias proteínas podem estar envolvidas.
  • Frequência e severidade das alergias: As alergias a gatos são mais frequentes e geralmente mais graves do que as alergias a cães. Cerca de 5% a 10% da população mundial é alérgica a cães e gatos, sendo as reações alérgicas a gatos mais comuns.
  • Fatores de risco: Se você é alérgico a um desses animais, tem um risco maior de desenvolver alergia ao outro.

Essas diferenças são devidas à variabilidade das proteínas alergênicas e à maneira como nosso sistema imunológico reage a essas proteínas.

Foco na Alergia a Gatos

Como Saber se é Alérgico a Gatos?

Se você suspeita de uma alergia a gatos, vários sinais podem ser um alerta. Na presença de um gato, se você tem o nariz escorrendo ou congestionado, coceira, espirros contínuos, isso pode ser um sinal de alergia. Os olhos também podem ser afetados, com sintomas como vermelhidão, coceira e lacrimejamento.

Uma reação cutânea ao contato com o gato, como urticária ou eczema, também pode indicar uma alergia. Além disso, problemas respiratórios, como crise de asma, podem ocorrer.

A confirmação dessa alergia, no entanto, só pode ser feita por um profissional de saúde. O alergologista é o especialista a ser consultado em caso de suspeita de alergia. Ele poderá realizar um teste de alergia para confirmar sua alergia.

Por Que Tornar-se Alergico ao Gato De Repente?

O surgimento súbito de uma alergia a gatos pode parecer confuso, especialmente quando você viveu com esses animais por anos sem problemas. Esta aparição repentina pode ser explicada por vários fatores.

Primeiro, nosso sistema imunológico pode mudar com o tempo. É possível que você sempre tenha sido ligeiramente alérgico ao seu gato, mas que seu sistema imunológico tenha conseguido lidar com essa alergia. Com o tempo, seu sistema imunológico pode se tornar menos eficaz em lidar com essa alergia, levando ao aparecimento de sintomas.

Além disso, uma exposição aumentada ao alérgeno também pode desempenhar um papel. Se você passa mais tempo em casa ou se recentemente adotou um novo gato, você pode estar exposto a uma quantidade maior de alérgenos, o que pode desencadear sintomas alérgicos.

Finalmente, outros fatores, como estresse ou certas mudanças hormonais, podem afetar nosso sistema imunológico e aumentar nossa suscetibilidade às alergias. Portanto, é possível que eventos estressantes ou mudanças hormonais tenham tornado seu sistema imunológico mais reativo ao alérgeno.

Tratamento de Alergias a Gatos: O Que Fazer?

Existem vários tratamentos possíveis para a alergia a gatos.

A Importância do Teste de Alergia

Quando se suspeita de ser alérgico ao gato, realizar um teste de alergia é crucial. O alergologista, por meio de um teste cutâneo ou sanguíneo, determinará se você é alérgico à proteína Fel d1, principal causa de alergia a gatos. Esses testes permitem medir o nível de anticorpos específicos para essa proteína no organismo.

Uma reação positiva ao teste não significa necessariamente uma alergia comprovada. De fato, algumas pessoas apresentam reações sem sintomas. A interpretação dos resultados do teste deve, portanto, ser realizada por um profissional da saúde qualificado.

Imagem de gato

A realização desses testes também é necessária antes de iniciar qualquer tratamento, como a dessensibilização ou a ingestão de medicamentos anti-histamínicos. De fato, um bom conhecimento da natureza da alergia permite adaptar o tratamento de acordo.

Urticária, Bolhas... os Sintomas de Uma Alergia a Gato

Os sintomas de uma alergia a gato são variados e podem afetar os olhos, o nariz, a garganta, a pele e até mesmo as vias respiratórias. Eles geralmente se manifestam como:

  • Sintomas oculares: vermelhidão, coceira, lacrimejamento, até mesmo conjuntivite alérgica.
  • Sintomas nasais: nariz escorrendo ou congestionado, espirros, coceira e, às vezes, até mesmo a sensação de nariz entupido.
  • Sintomas cutâneos: reações na pele, como urticária ou eczema, especialmente em contato direto com o gato.
  • Sintomas respiratórios: tosse, respiração ofegante e até crise de asma em pessoas mais sensíveis.

Esses sintomas podem ocorrer na presença do gato, mas também depois, pois os alérgenos podem permanecer no ambiente por um longo período. Finalmente, é importante notar que os sintomas podem se manifestar de forma mais ou menos intensa, dependendo do nível de sensibilidade de cada indivíduo.

Medicamentos e Anti-histamínicos: Qual o Papel?

Os medicamentos desempenham um papel crucial no controle dos sintomas alérgicos. Os anti-histamínicos estão entre os mais comumente usados. Eles funcionam bloqueando os efeitos da histamina, uma substância liberada pelo organismo durante uma reação alérgica. Os anti-histamínicos podem ser eficazes no alívio de uma variedade de sintomas, como espirros, congestão nasal, lacrimejamento e coceira.

O tratamento com anti-histamínicos pode ser na forma de colírios, pomadas ou comprimidos.

Existem anti-histamínicos disponíveis sem receita, mas é recomendável consultar um médico antes de iniciar o tratamento. Alguns anti-histamínicos podem ter efeitos colaterais, e sua eficácia pode variar dependendo da pessoa e do tipo de alergia.

  • Nariz escorrendo, espirros: os anti-histamínicos podem ajudar a reduzir esses sintomas bloqueando a ação da histamina.
  • Coceira, erupções cutâneas: os anti-histamínicos podem aliviar esses sintomas reduzindo a inflamação.
  • Congestão nasal: alguns anti-histamínicos também podem ajudar a aliviar a congestão nasal.

É importante observar que os anti-histamínicos geralmente são menos eficazes no tratamento dos sintomas da asma, que também podem ocorrer em caso de alergia aos gatos. Nesse caso, outros tipos de medicamentos podem ser necessários. Assim, um broncodilatador pode ser, por exemplo, prescrito por via oral ou por inalação para aliviar o desconforto respiratório.

Um aspecto promissor é a pesquisa de uma vacina administrável ao gato para reduzir as alergias.

Dessensibilização: Uma Solução?

Como Funciona a Dessensibilização?

A dessensibilização, também conhecida como imunoterapia específica, é um método terapêutico que visa reduzir a sensibilidade do organismo ao alérgeno. Ela geralmente é proposta quando a alergia impacta severamente a qualidade de vida do indivíduo e nenhum outro tratamento teve resultados satisfatórios.

A dessensibilização pode ser realizada de duas maneiras:

  • Via subcutânea, onde injeções de alérgenos são realizadas em um médico com uma frequência decrescente, passando de uma injeção a cada 8 dias para uma injeção mensal, por pelo menos 4 anos.
  • Via sublingual, onde o alérgeno é administrado na forma de comprimidos ou gotas a serem tomados diariamente.

É importante notar que a dessensibilização é um processo longo, que requer uma certa disciplina por parte do paciente.

Pode-se Realmente Deixar de Ser Alérgico Graças à Dessensibilização?

A dessensibilização pode permitir uma redução considerável dos sintomas da alergia ao gato e melhorar a qualidade de vida das pessoas alérgicas. No entanto, sua eficácia varia de pessoa para pessoa e não é sempre 100% eficaz.

Os resultados da dessensibilização costumam ser menos eficazes para alergias a gatos do que para outros tipos de alergias, como as alergias ao pólen. Além disso, parece que pesquisas adicionais são necessárias para comprovar sua eficácia no caso específico da alergia ao gato.

Viver Com Uma Alergia a Gato: Soluções Existem

Como Não Ser Mais Alergico: Gerindo Os Sintomas No Dia a Dia

Para gerenciar os sintomas de uma alergia a gato no dia a dia, existem soluções. Várias estratégias podem ser adotadas. Primeiramente, limitar a exposição ao animal pode ajudar a reduzir a frequência e a gravidade dos sintomas. Isso pode envolver:

  • Limitar o acesso do seu gato a certas salas, especialmente os quartos
  • Limpar regularmente sua casa, especialmente com um aspirador equipado com um filtro HEPA
  • Arejar diariamente o interior da sua casa
  • Usar um purificador de ar

Além disso, certos conceitos, como a automedicação ou o uso de medicamentos prescritos pelo seu médico, podem ser úteis para controlar os sintomas. No entanto, é aconselhável consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento.

Finalmente, algumas raças de gatos hipoalergênicos, pelo menos apresentam menos riscos de alergia do que outras:

  • O Sphynx é frequentemente considerado hipoalergênico devido à sua falta de pelos. É importante notar, no entanto, que sua saliva ainda pode desencadear reações alérgicas em algumas pessoas.
  • O Siberiano geralmente produz menos da proteína Fel D1 do que outras raças de gatos. Mas isso é caso a caso e pode variar de um animal para outro.
  • O Balinese, uma variação de pelo longo do Siamese, é frequentemente considerado menos alergênico do que outras raças de gatos.
  • O Devon Rex, Cornish Rex: essas raças são frequentemente consideradas como tendo pelos hipoalergênicos devido à sua textura encaracolada única.
  • O Abyssinian também tem a reputação de ser menos alergênico do que outros de seus semelhantes.

Para pessoas com predisposição alérgica, escolher uma dessas raças que produz uma quantidade menor da proteína responsável pela alergia pode, portanto, ajudar a reduzir os sintomas.

Pode-se Ainda Ter Um Gato Apesar da Alergia?

Sim, é completamente possível continuar vivendo com um gato mesmo sendo alérgico. No entanto, isso requer alguns ajustes para gerenciar melhor sua exposição aos alérgenos.

Escolher uma raça de gato menos alergênica: Alguns gatos, como o Bengal ou o Azul Russo, são conhecidos por produzir menos Fel d1, o principal alérgeno. Essas raças ditas "hipoalergênicas" podem ser uma opção para pessoas alérgicas.

Adotar boas práticas de higiene: A frequência dos sintomas alérgicos pode ser reduzida adotando medidas simples de higiene, tais como:

  • Passar regularmente o aspirador nos pisos para remover os alérgenos presentes nos pelos de gato.
  • Lavar regularmente tecidos, como almofadas, poltronas, sofás ou cortinas, que podem reter alérgenos. Use para isso um pano úmido ou um rolo adesivo.
  • Limpar armários de roupas e outros locais onde roupas, roupas de
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