Mordida ou arranhão de um cachorro ou gato: quais os perigos?
Mesmo que muitas vezes pareçam inofensivas, as mordidas e arranhões de cães ou gatos são questões importantes tanto para a saúde pública quanto para a proteção das pessoas. Consulta médica, vigilância sanitária e avaliação comportamental do animal por profissionais: essas medidas são imperativas para tratar as vítimas e, principalmente, monitorar o animal e os potenciais riscos sanitários ou comportamentais que ele representa.
Por que Monitorar Mordidas ou Arranhões de Cães e Gatos?
Cães e gatos frequentemente carregam bactérias e outros microrganismos inofensivos para suas próprias espécies, mas que podem ser prejudiciais para os humanos.
Mordidas ou simples arranhões, então, se tornam um meio ideal de transmissão que, por vezes, pode levar a graves consequências: infecções, doenças, cicatrizes estéticas. Elas também podem ser o sintoma de um comportamento mais perigoso no animal.
As Mordidas Devem Ser Declaradas
Regulamentadas por lei, as mordidas devem ser declaradas e monitoradas. O objetivo é reforçar as medidas de prevenção e proteção da população, tanto do ponto de vista sanitário quanto do perigo que o animal representa.
O Que Fazer? Quais São as Medidas Obrigatórias?
A vítima da mordida ou arranhão deve:
- Consultar imediatamente um médico ou o pronto-socorro do hospital mais próximo;
- Eventualmente, registar uma queixa se o prejuízo assim o exigir.
O detentor do animal deve:
- Declarar a mordida à prefeitura de seu local de residência;
- Apresentar o animal a um veterinário para iniciar um programa de vigilância;
Esse programa ocorre em 3 visitas num período de 15 dias. O objetivo é verificar se o animal é portador de raiva.
Após esse programa de vigilância, o profissional emite um certificado que comprova que o animal não é portador da doença. Esse certificado é entregue ao detentor do animal, às autoridades relevantes (polícia, prefeitura ou governo) e às vítimas da mordida.
Caso raro em que o animal mostre sintomas de raiva, ele será imediatamente colocado em quarentena.
Avaliação Comportamental por um Veterinário Habilitado
O detentor do animal também deve submetê-lo a uma avaliação comportamental dentro de 15 dias do início da vigilância. O objetivo é monitorar o nível de perigo do animal, pois a mordida pode indicar um comportamento perigoso.
O animal deve ser submetido a uma avaliação comportamental por um veterinário habilitado, escolhido pelo proprietário em uma lista fornecida pelo governo, que determinará o nível de perigo do animal e transmitirá os resultados às autoridades.
Consequências Para o Dono e Seu Animal
Dependendo dessa avaliação, o prefeito ou o governador pode exigir que o proprietário ou detentor do animal participe de um treinamento específico sobre comportamento e treinamento do cão ou gato, bem como sobre prevenção de acidentes, para obter uma certificação de capacidade para manter o animal.
O prefeito também pode prescrever medidas específicas (uso obrigatório de focinheira e coleira, instalação de cercas...)
Em casos especiais, podem decidir também colocar o animal perigoso em quarentena.
Identificação do Animal: Uma Necessidade Para Vigilância
Baseada na identificação, a vigilância de um animal, especialmente após uma mordida, ou a avaliação de seu comportamento é possível, pois é a única referência que permite atestar a identidade do animal e assim, os acompanhamentos e tratamentos que foram aplicados.
Como único elo oficial entre o animal e seu proprietário, ela permite:
- Dar uma identidade ao animal e confirmar a quem ele pertence;
- Facilitar todas as viagens internacionais (obrigatório para a emissão de um passaporte);
- Assegurar a confiabilidade e a atualização das informações e cuidados fornecidos pelos profissionais;
- Facilitar a recuperação do animal em caso de perda quando está sob cuidados de uma entidade ou encontrado por um profissional ou particular;
- Facilitar todos os procedimentos administrativos e evitar litígios.
Ela também é necessária para o Estado para:
- Assegurar o acompanhamento sanitário, garantir a segurança das populações, respeitar o meio ambiente, monitorar importações, combater tráfico e roubo através da rastreabilidade do animal.
A identificação é, antes de tudo, o melhor meio de garantir a proteção e o bem-estar do animal.